segunda-feira, novembro 20, 2006

.Saideira 2006.


Depois de quase dois meses sem exibição (motivos superficialmente esclarecidos no post anterior), o CineClube CorteSeco apresenta a última sessão do ano, a ‘saideira 2006’, que acontece nesta quarta-feira, dia 22, as 19h20 na Sala Aruanda.

Pois então, rufem os tambores ... o filme exibido será:

A Scanner Darkly, de Richard Linklater

O homem Duplo (provável título em português), recentemente exibido nos festivais de cinema do Rio e de São Paulo, obtendo uma repercussão bastante positiva, mas não o suficiente para garantir espaço nos multiplexes brasileiros (até onde sei o filme será lançado diretamente em DVD).

P.s: O único arquivo de boa qualidade encontrada foi uma cópia promocional do filme, o que faz com que de vez em quando apareça uma discreta (mas totalmente perceptível) mensagem na tela. Nada que atrapalhe a beleza do conjunto, mas achamos importante avisar pois pode afastar algum espectador mais ‘preciosista’. Mesmo assim, optamos por exibi-lo devido a recente notícia de que ele não será exibido comercialmente no Brasil, além da importância estética da obra.


Sinopse: Usando técnicas de animação parecidas com Waking Life, este é o novo projeto do mesmo diretor, Richard Linklater, baseado num clássico da ficção cientifica escrito por Philip K. Dick. Situado em um mundo futurista, no qual os EUA definitivamente perdeu a guerra contra as drogas, um policial disfarçado (voz de Keanu Reeves) é um dos muitos agentes viciados na popular droga Substância D que, dentre muitas outras coisas, causa dupla personalidade nos usuários. Enquanto investiga seus amigos mais próximos, ele acaba recebendo ordens para investigar sua própria vida e embarca num estranho pesadelo, no qual identidades e lealdade não parecem mais ter um sentido claro.


SERVIÇO
Filme: A Scanner Darkly
Diretor: Richard Linklater
Elenco: Keanu Reeves, Winona Ryder, Robert Downey Jr., Woody Harrelson
Duração: 100 min
Local: Sala Aruanda (Decom – UFPB)
Horário: 19h20
Dia: 22/11 (Quarta-feira)

Entrada franca, sem direito a devolução e debate após a exibição.
Divulguem e se façam presentes.
t++

sábado, outubro 28, 2006

Jason nunca morre

caros ouvintes,

Depois de quase um mês de letargia e incertezas sobre a continuidade do cineclube, finalmente posso comunicar aos frequentadores que ele ainda não morreu. Após a exibiçao do 'Homem Urso', houve alguns choques de horários que impossibilitaram a frequência quinzenal do 'corte seco', eis então o motivo de não haver sessão nos últimos dias.

Porém, para compensar os queridos participantes do cineclube, a próxima sessão será mais que especial. Só que ainda demora um pouco...vamos ter que aguardar até o dia 22 de novembro pra nos reunirmos mais uma vez. bem em breve, divulgaremos a sessão com mais afinco.

Isso não quer dizer que o blog não será atualizado. Na verdade, estamos pensando em postar outras coisas antes do filme do dia 22. Logo, quem ainda tiver revelações a fazer sobre o filme passado ou sobre qualquer outro filme, sinta-se a vontade.

ah..lembro que o Cine Bangue reinaugurou e exibe 'Dogville' neste e no próximo fim de semana. No mais, tem o Tintin Cineclube, no Cine-Teatro Lima Penante (todas as quartas) e o Cartaz de Cinema do Decom que mantêm uma programação mais frequente que o nosso 'Corte Seco'.

até breve.

domingo, outubro 01, 2006

Na vera, o real em construção


O CorteSeco Cineclube apresenta o primeiro documentário exibido em sua programação quinzenal. Dirigido pelo alemão Werner Herzog em 2005, o filme lida com o embate clássico e metafórico entre o homem e a sua natureza animal. E ainda apresenta nas entrelinhas um fascinante tratado sobre o status das imagens na sociedade atual e na sua relação com a percepção humana.


Sinopse: 'O Homem Urso' (Grizzly Man) é um documentário sobre a vida e a morte de Timothy Treadwell, ecologista e pesquisador de ursos pardos. Por 13 verões consecutivos, Treadwell foi para o Alasca viver desarmado entre esses animais. Em outubro de 2003, os restos mortais de Treadwell e de sua namorada foram encontrados. O casal fora devorado por um urso, o primeiro caso registrado de ataque no Parque Nacional e Reserva Katmai, na península do Alasca. Nos últimos cinco anos, Treadwell documentou sua viagem com uma câmera e produziu mais de cem horas de filme. Esse material foi utilizado por Herzog para explorar sua personalidade e levantar questões sobre a difícil relação entre homem e natureza.


SERVIÇO:
Filme: O Homem Urso
Duração: 103 min
Local: Sala Aruanda (Decom – UFPB)
Dia: 04/10 (Quarta-feira)
Horário: 19h20
Sessão temática: Na vera, o real em construção.

quinta-feira, setembro 28, 2006

pós


-antes de atirar só me responda uma pergunta: ainda estamos no jogo?

[estampido seco]
...e o dente cravou em seu crânio espirrando sangue e carne sobre o flácido joystick de pele.


No chão, nada de concreto.



(escrito por Ana Letícia)

segunda-feira, setembro 18, 2006

Os desajustados


Para dar início a sessão temática “Os Desajustados – diretores esquisitos desfilam suas perturbações na tela” nada mais apropriado do que um filme do canadense David Cronenberg, provavelmente o cineasta que melhor representou o corpo humano e suas mutações físicas, em filmes que vão desde a hiper conhecida ficção-científica ‘A mosca’, ao exemplar de terror B ‘Calafrios’ (influencia confessa dos realizadores de Alien).

‘eXistenZ’ (1999), seu filme que será exibido no Corte Seco, faz parte de sua filmografia mais contemporânea e traz a tona questões amplamente discutidas com o advento das chamadas ‘novas tecnologias’, incluindo inquietações éticas sobre a status da representação a partir de realidades virtuais.


Sinopse: Uma renomada designer (Jennifer Jason Leigh) de jogos de realidade virtual, criadora de um novo jogo interativo chamado eXistenZ é vítima de uma intensa perseguição por fanáticos religiosos que querem assassiná-la. Em fuga, é forçada a se esconder com um guarda de segurança novato (Jude Law), decidido a protegê-la. Porém, durante a perseguição os dois experimentam um mundo onde os limites entre a fantasia e a realidade não existem e nada é o que parece ser.


SERVIÇO

Filme: eXistenZ
Duração: 97 min
Local: Sala Aruanda (Decom – UFPB)
Horário: 19h20
Dia: 20/09 (Quarta-feira)
Sessão temática: Os desajustados


Entrada franca, sem direito a devolução.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Do kimono ao terno


Quem esteve presente na última sessão do corte seco participou de um instigante debate sobre o filme assistido (A bittersweet Life) e sobre o cinema de forma geral. Para não deixar o momento inteiramente restrito ao passado e as pessoas que presenciaram a sessão, deixo aqui algumas considerações que foram abordadas na ocasião. Ressalto que não se trata de uma crítica ao filme propriamente dito e nem mesmo as minhas idéias pessoais sobre questões lá colocadas.

Tentarei fazer um rápido levantamento do que foi discutido, deixando em aberto para possíveis colaborações (afinal, esse é o propósito do blog, neh?).

1 - Já parece bem claro para as pessoas que acompanham o cinema contemporâneo, que os orientais estão cada vez mais ousados e mais interessados em uma cinematografia criativa e pulsante. Porém, não se trata de um grupo homogêneo de cineastas com mesmos interesses estéticos, e a diversidade parece servir para abrilhantar ainda mais o todo que é o cinema oriental. Como exemplo, além de A Bittersweet Life (de Kim ji Woon), tem o cinema autoral de Wong Kar Way, de Takeshi Kitano (foto acima), de Hou Hsiao-Hsien, de Miike e tantos outros.

2 - O que nos chama a atenção é a forma como o cinema oriental se distanciou do ambiente feudal, mantendo forte a tradição cultural tão presente quando pensamos nos orientais. Se Kurosawa fazia pérolas como os ‘7 samurais’, ou mesmo ‘Macbeth’ no japão feudal, ou ‘Kagemusha - a sombra do samurai’, os cineastas contemporâneos usam o ambiente urbano e os gêneros consagrados (policial, suspense, terror) para nos brindar com personagens densos e uma estética mais próxima da cultura pop, dos mangás (vide animes e mesmo os filmes), e da estilização da violência.

3- Violência no cinema foi também discutido e já pede um artigo a parte, por isso não tocarei no assunto. (apenas um detalhe observado no filme em questão >> a atitude violenta do personagem central está sempre como elemento de sublimação de um sentimento interior. É a forma mais honesta dele se expressar. Foi bem observado na ocasião a força e a importância que a violência exerce na narrativa)

4 - 'A doce amarga vida' seria um bom título em português porque metaforiza o sentimento do personagem central. Apesar de que ‘Doce Tortura' (provável título me parece) é bem mais irônico.

5 - Sun Woo, o personagem central, é melancólico e o fato de não ter pra onde ir é o que o animaliza, algo próximo a um aforismo de Sun Tzu em 'a arte da guerra’, no qual ele diz para nunca se deixar o inimigo sem saída porque assim ele vira uma fera incapaz de ser domada (algo assim).

6 - o tema da vingança, tão recorrente nas narrativas de todos os tempos, continua sendo de extrema importância para o cinema, continua recorrente. Em ‘Bittersweet’, alguém observou que não é a vingança que move o personagem, e sim, a procura por uma resposta, uma busca desesperada em entender o ser humano e o mundo que ele habita.

7 - O terno de Sun Woo nunca amassa e alguém comentou que gostaria de ter um desse (será que estava pensando em se tornar um gângster estiloso à la Vicent Vega ou mesmo o próprio Sun Woo?)

8 - O humor inserido em uma trama densa como é o caso, quebra o tom geral da obra em um sentido positivo, pois alivia o espectador da tensão, e o prepara para a cena seguinte. Uma longa cena no meio do filme parece inteiramente deslocada do todo, e isso soou muito interessante... algo a se pensar mais.

9 - O filme é muito musical e embala o ritmo como num verdadeiro concerto. Acho até que falaram em ópera da violência.

E pra não chegarmos ao temido 10, que sempre tem cara de fim, termina aqui, lembrando que a próxima sessão será na quarta-feira, dia 20, com o filme 'Existenz', de Cronenberg e um curta de Scorsese feito em 1967. Pelo jeito, sangue, esquisitices, real x virtual, ou seja, muita coisa a se pensar. Cronenberg e Scorsese juntos? Certamente a sessão mais instigante até o momento (na minha opinião).

segunda-feira, setembro 04, 2006

Sangue quente na tela


Um filme oriental com esitlo à la tarantino (que por sua vez é sempre à la oriental) e uma história que lembra uma tragédia grega, porém moderna e sangrenta. Tudo isso envolto a um personagem solitário, máfia coreana, uma linda jovem e uma explosão de violência e vingança. Cinema das tripas e de alta qualidade é o que não irá faltar na próxima sessão do Corteseco. Nesta quarta, dia 6, as 19h20 na Sala Aruanda:

A Bittersweet Life, de Kim Ji Woon

Uma doce amarga vida ou ‘Doce Tortura’ (provável título em português). O filme ainda não estreou comercialmente nos cinemas do BR, mas já fez um bocado de fãs pelos festivais de cinema mundo afora.

Sinopse: Sun-Woo serviu lealmente durante sete anos o poderoso chefe da máfia coreana, o presidente Kang. Ao ser encarregado de resolver uma questão pessoal para o seu chefe, que suspeita estar sendo traído por sua namorada, Sun-Woo comete um erro infeliz e passa a ser perseguido pelos capangas da máfia. Batalhas violentas serão travadas por aqueles que nada têm a perder.

SERVIÇO
Filme: A Bittersweet life
Direção: Kim Ji-Woon
Duração: 120 min
Local: Sala Aruanda (Decom – UFPB)
Horário: 19h20
Dia: 06/09 (Quarta-feira)

Entrada franca, sem direito a devolução.